Lá em 2010, logo após o Luan se tornar um fenômeno da música sertaneja, foi preciso montar, de fato, uma equipe para dar conta de toda a sua agenda, que agora, estava recheada: mais de 25 shows por mês.
Entre tantos profissionais, a escolhida foi aquela que conseguiu, mesmo em pouco tempo, conquistar boa parte da legião de fãs que Luan conquistou. Para o “News Entrevista” #2, convidamos uma pessoa que marcou todo aquele início, estreitou laços e, até hoje, é lembrada com carinho por todos: Juliana Teixeira, a então responsável pela Central de Fãs.
Era ela quem mantinha contato com os fãs, respondia “recadinhos”, oficializava fã-clubes, organizava os sorteios de camarim, atualizava o site… Mas, muito mais do que isso, ela conversava, ouvia, acolhia.
Em entrevista exclusiva, “tia Ju”, como era chamada, contou que aquela relação que ela tinha com os fãs já era um ensaio para a mãe que seria no futuro. E cá entre nós: que sorte o Inácio e a Marina tem em tê-la como mãe.
Após um breve tempo na Equipe LS, a Ju seguiu caminho e se despediu da Família LS, mas seu trabalho foi tão bem feito que, em 2014, retornou para ser, novamente, a responsável pelos fãs. Só que, dessa vez, no concurso cultural que premiou alguns deles para assistir ao grandioso “DVD Acústico”.
Ela lembra com carinho de todo esse tempo e, até hoje, fala com muito respeito e amor aos fãs. Da nossa parte, Ju, o amor continua o mesmo. Você é e sempre será parte da nossa história.
Com a palavra, Juliana Teixeira.
1. Você fez parte da equipe do Luan logo no começo da carreira. Como foi esse convite para trabalhar com um novo artista? E como foi durante esse início?
A história de como eu entrei na equipe do Luan é meio surreal para os tempos de hoje. Eu fui contratada porque enviei meu currículo para uma vaga de emprego nos “Classificados” do jornal. Isso mesmo: tal qual os incas e maias, comprei um jornal impresso, circulei o anúncio (que não dizia para qual empresa era, apenas que tinha uma vaga para jornalista) e enviei meu currículo por e-mail.
Fui descobrir que era para fazer parte do escritório do Luan quando participei da primeira entrevista. Na época, eu conhecia muito pouco as músicas dele, porque não fazia parte das bandas e do som que eu costumava curtir. Até me apavorei na hora, imaginando que pudessem fazer alguma pergunta específica sobre o Luan e eu jamais saberia responder.
Bom, o final da história vocês já sabem: fui contratada para ajudar na Central de Fãs. Era 2010, o Luan tinha acabado de estourar nacionalmente. O Brasil ainda estava no processo de conhecer ele (e se encantar com, principalmente), então, foi tudo MUITO intenso, era aquele frenesi danado. Com mais de 25 shows por mês, era trabalho que não acabava mais.
2. Sabemos que muitos fãs daquela época gostavam e ainda gostam muito de você. Conte-nos um pouco sobre como era seu dia a dia e a relação com os fãs e como lida com isso hoje em dia.
Para mim, é sempre uma grata surpresa quando os fãs daquela época me encontram, lembram de mim ou mantêm contato comigo, porque fiquei pouco tempo na equipe. Então, é realmente especial o carinho que sentem (e é recíproco, viu?).
No período em que fiquei na Central, eu entendi que estava lá não só para organizar camarim, atualizar os recadinhos do site ou oficializar fã-clube. Meu papel principal, na verdade, era ouvir, acolher e validar o sentimento de um monte de gente. Nessa época, a maioria dos fãs do Luan estavam na adolescência, o que já é, por si só, uma fase muito intensa, de emoções exacerbadas e de amores fulminantes. Mas não é porque é um amor adolescente que ele não deve ser respeitado, acolhido e valorizado. Então, eu me esforçava bastante para ouvir o que os fãs tinham para dizer, em responder os e-mails com carinho e cuidado, em tentar atender e fazer o que estava ao meu alcance.
Acredito que eu tenha construído um vínculo de segurança ali: eu abraçava as dores e os sonhos dos fãs e, em troca, eles confiavam em mim. Bonito isso, né? Sem dúvidas, foi uma experiência transformadora!
3. No campo profissional, como era a sua relação com o cantor e “chefe” Luan? E como pessoa, como era?
O Luan era um menino na época, gente. Sério. Parecia meu irmão mais novo. No jeito, nas brincadeiras, na leveza…
O Luan era um menino de 18 anos trabalhando muito, preocupado com a equipe e em fazer todo mundo se sentir bem. Ele sempre foi extremamente educado com todo mundo, gentil e muito cuidadoso.
Uma pessoa que merecia (e merece) a estrela que tem.
4. No que a experiência de trabalhar com o Luan acrescentou na sua vida e na sua carreira?*
Na minha vida, foi uma lição de empatia e de me colocar à disposição do outro. Foi tipo um tubo de ensaio para a mãe que eu sou hoje. Ouvir, acolher e validar são coisas que tento (nem sempre consigo, tá?) fazer com meus filhos o tempo todo.
Para a minha carreira, foi a primeira experiência profissional, né? Então, fica aquele carinho especial, além de ter melhorado muito minha inteligência emocional e capacidade de resolver perrengues.
5. Anos depois do seu desligamento da LS Music, você voltou para ajudar com a participação dos fãs na gravação do “DVD Acústico”, em 2014, e foi fundamental para que tudo saísse perfeitamente. Para você, como foi esse retorno?
Eu sempre digo brincando que, em 2014, eu fui enganada rs. Continuei muito amiga do pessoal da equipe do Luan e, quando vi a movimentação e o projeto do “DVD Acústico”, fiquei completamente fascinada.
Então, entrei em contato com o pessoal e disse: “Gente, me dá um convite, eu quero assistir esse show”. A resposta que eu recebi foi: “Ju, vem que a gente tá precisando de alguém para recepcionar os fãs e você é a pessoa perfeita”. E foi assim que meu convite de show virou convite de trabalho.
Mas no final foi uma delícia! Eu já estava mais “cascuda” dos anos em sala de aula, então, contornar a galerinha foi um passeio. Eu estava lá para garantir que ninguém perdesse a hora, que todo mundo se alimentasse e que voltasse em segurança para casa. A mãe já tava MUITO on nessa época rs.
6. Foram muitos anos “de estrada” e imaginamos que também foram muitas histórias inusitadas nos bastidores que ninguém imagina, seja em viagens, seja com fãs, ou aquelas que nem imaginamos. Conte-nos uma que te marcou?
Quando me perguntam isso, eu sempre conto da vez em que eu estava plena no meu apartamento num sábado, quando o porteiro me interfonou dizendo que alguém queria falar comigo no telefone fixo da portaria. Detalhe: nem eu sabia que a portaria tinha um telefone fixo. Ou seja, o fã não só descobriu o meu endereço, como também o telefone da portaria do meu prédio! Tudo isso em 2010, tá? Quando a gente só usava Orkut e o celular só fazia ligação e mandava SMS rs. Depois dessa, eu nunca mais duvidei da capacidade e da força de vontade de um fã.