Tímido, o Luan sempre pareceu ser aquele tipo de pessoa que, quando confia, confia mesmo, confia pra valer. A nossa entrevistada do News Entrevista de hoje é a prova viva disso. Quando ainda era repórter da revista “Quem”, ela conseguiu, com ajuda da conexão e simpatia que se criou entre eles, um furo de reportagem que muitos gostariam de noticiar: ele estava namorando, publicamente, pela primeira vez.

 

Giulianna Campos, a partir daquele momento, passou a ser a jornalista oficial para matérias com o cantor. Desde conversas em camarins até bate papo dentro do avião, ela passou boas horas conversando com ele e tirando disso o melhor que uma boa capa de revista merece ter. Sua experiência, carisma e profissionalismo fizeram com que ele mostrasse, também nos bastidores, seu lado brincalhão e engraçado, o que rendeu bons momentos e, também, boas reportagens. 

 

Durante a conversa que tivemos, pudemos ver o motivo dele confiar tanto nela e deles terem se tornado amigos. Além disso, também conseguimos entender um pouco sobre como é o processo de escolha de um artista para uma capa de revista e como é um dia de trabalho em uma grande redação, como a “Quem”. Giu, muito obrigada pela sua disponibilidade e por confiar em nosso trabalho e comprometimento. ♥

 

Acervo pessoal Giulianna Campos | Reprodução não autorizada

 

Veja a seguir, na íntegra, mais um News Entrevista. ✨

 

1. Para começar, conta pra gente quando e como surgiu seu interesse pelo jornalismo.

Desde criança, sempre fui muito comunicativa. Falava muito e meu sonho era apresentar um programa de TV igual ao da Angélica, da Xuxa, da Ana Maria Braga… Na hora de decidir qual curso eu seguiria na faculdade, em um primeiro momento, fiz Rádio e TV. Achei que eu queria trabalhar na TV e que isso seria o ideal. Só que, depois de oito meses, descobri que não… Descobri que queria fazer jornalismo para seguir outra carreira, para apresentar algum programa ou entrevistar pessoas. Daí, fiz o curso em Campinas, na FACAMP.

 

2. E desde então, o seu foco era trabalhar com celebridades ou foi algo que aconteceu naturalmente, daquelas que, quando a gente vê, já está fazendo?

O meu foco sempre foi esse porque fui uma criança que também gostava dos famosos! Minha mãe assinava a revista “Caras”, por exemplo, e eu lia tudo. Sabia quem eram os famosos, adorava consumir esse conteúdo e o meu sonho era estar no meio deles, entrevistá-los e tudo mais. Ainda assim, foi uma grata surpresa receber o convite para trabalhar na “Quem”, porque eu nunca tinha pensado nisso, nunca tinha imaginado. Louco, né?! Antes, eu achava que iria trabalhar com alguma revista feminina.

 

3. E como você chegou até a “Quem”?

Na faculdade, o meu TCC, que é o Trabalho de Conclusão de Curso, foi uma revista bem no estilo “Marie Claire” e, para a banca de professores avaliadores, convidei a diretora de redação da Quem que, na época, lá em 2009, era a Paula Mageste. Ela amou o trabalho, que era meu e das minhas amigas, e nos convidou para conhecermos a “Quem” por uma semana, em São Paulo, desde a reunião de pauta até o fechamento da revista. Aceitamos e, no segundo dia, fui acompanhar uma das repórteres no Hospital Albert Einstein, que era onde a Hebe estava internada. Lá, a gente ficava o dia inteiro de plantão esperando informações e, já no terceiro dia, me colocaram para ir sozinha. Ali eu fiquei até a Hebe receber alta. Quando isso aconteceu, eu dei o furo de reportagem na globo.com, que é um dos maiores portais de notícias que a gente tem, e eles me contrataram. Isso aconteceu em 2010. 

 

4. Nas revistas, a gente vê que tem notícias dos famosos praticamente a todo momento. Como é a rotina de uma redação?

Durante 24 horas por dia, nos sete dias da semana, tem alguém pronto para dar uma notícia importante. Mas isso não quer dizer que trabalhamos por todo esse tempo… Apesar de, sim, ficarmos bastante online, cada editor tem o seu horário. Então, é muito dinâmico! Às vezes, você está escrevendo uma matéria de algo que não é tão quente no momento e, do nada, acontece algo com mais relevância no momento, como uma morte ou uma gravidez, e você precisa parar tudo que está fazendo para cobrir essa informação. Então, acreditem, é bem dinâmico e não tem rotina. Um dia você está na redação, outro dia você vai fazer uma pauta na rua, outro dia está em um evento, no outro, vai cobrir uma capa ou ficar o dia inteiro em um shooting, ou viajar… Nada de rotina!

 

5. Em relação aos artistas, como é feita a pauta e a curadoria para uma capa de revista?

Nós temos que ficar muito ligados nas principais celebridades do momento: quem está aparecendo bastante no Instagram, sobre quem as pessoas estão falando, quem tá fazendo sucesso na novela, quem tá com álbum novo (se for um cantor ou cantora), qual influenciador está se destacando… A gente sempre fica ligado nessas coisas e levamos a sugestão para o grupo, para o time que está ali trabalhando junto. Por exemplo: se eu quero entrevistar o Luan Santana, eu tenho que justificar “Por que eu vou fazer uma capa com o Luan Santana agora? Ele está lançando um álbum? Ele vai fazer algum show? Ele começou um novo namoro? Por que fazer neste momento ou não no mês que vem? Ou no ano que vem?”. Precisa ser justificado, precisa ter relevância. A partir da aprovação da equipe ou não, a pauta é uma coisa muito pessoal. Você precisa investigar toda a vida da pessoa, ver o que ela já falou, o que não falou, o que você tem curiosidade de saber… Essa etapa é mais pessoal mesmo.

 

6. E qual foi a sua primeira matéria com o Luan? Ao saber que trabalharia com ele, qual foi seu primeiro pensamento?

Olha, é muito engraçado porque eu não acompanhava o trabalho do Luan, não era fã e só conhecia “Meteoro”, principalmente porque, como conhecemos ele muito novo, ainda não tinha grandes sucessos. Na verdade, ele tinha acabado de estourar e, além disso, eu também era muito nova. Lembro que uma estagiária falou que queria fazer uma pauta com ele e, de fato, faríamos a pauta, mas não seria com foco na carreira, seria sobre alguma doação que ele havia feito para alguma ONG na época. Só que estagiário não pode fazer uma pauta sozinho e, como eu era a superior dela, tive que ir junto. Então, pensei: “Bom, como vou junto com ela, já faço uma entrevista com ele sobre vida e carreira”. Só que essa conversa foi tão legal que, ali mesmo, ele revelou que estava namorando a Jade. Foi tão legal que acabou virando uma capa da “Quem” e ele realmente anunciou para todo mundo. Foi a primeira dele conosco e também foi a minha primeira com ele. Depois fizemos outras, mas esse foi o primeiro contato.

 

 

7. Depois de um tempo, você se tornou uma das jornalistas que mais tinha intimidade com ele. Como foi essa construção da amizade de vocês?

Desde essa primeira capa, a gente já ficou muito amigo. Falo no sentido de termos uma conexão muito forte. Nós éramos muito jovens, e eu sou mais velha que ele, mas mesmo assim, já fazíamos piadas um com o outro. Lembro que, uma vez, estávamos em um hotel, na sala, aí ele pegou uma almofada e veio fazer guerra de almofadas comigo. Então, já ficamos bem próximos desde aquele primeiro dia, e acabou que eu virei a pessoa que fazia as matérias do Luan por já nos conhecermos, por termos intimidade e, quando tem intimidade, é mais fácil a pessoa se soltar e fazer revelações e contar coisas legais. Depois disso, passei a admirar o trabalho dele, virei fã mesmo, comecei a ouvir as músicas e tudo mais. Hoje eu o adoro, sou muito, muito fã! Tudo foi uma construção de anos.

 

Acervo pessoal Giulianna Campos | Reprodução não autorizada

 

8. E entre todas as matérias que vocês fizeram juntos, qual foi a mais marcante?

Nossa, eu já fiz muitas matérias com ele, mas é óbvio que capa é sempre muito importante. Então, acho que uma capa que fizemos no jatinho dele. Foi muito legal. Nós fomos fotografar no hangar que ele deixava o jato, em Jundiaí, mas acabou que ele não conseguiu dar entrevista, daí fizemos uns dias depois, no camarim do programa do ratinho. Enquanto ele se preparava para se apresentar, eu fui lá e, aí, de novo, aquelas brincadeiras que ele já fazia sempre. A gente meio que já era amigo nessa época, e ele me apresentou a dupla Matheus e Kauan, que ainda não tinha estourado, e que hoje sou super amiga também. 

 

 

Além dessa, outro momento muito legal também foi quando fomos fazer uma viagem de avião para Belo Horizonte, para o lançamento de Check In. Lembro que fui sentada na poltrona logo atrás e fui enchendo o saco dele a viagem inteira! Foi um trecho que pegava São Paulo > Belo Horizonte > Rio de Janeiro. A gravação do DVD em Salvador também foi incrível!

 

                         Acervo pessoal Giulianna Campos | Reprodução não autorizada

 

9. Você tem alguma curiosidade inusitada ou daquelas que ninguém imagina que aconteceu em todos esses anos?

Curiosidade com o Luan… Assim, ele é muito engraçado. Toda vez que ele me encontra, ele inventa um apelido novo para mim. Eu me chamo Giulianna e meu apelido é Giu, mas ele já me chamou de Giu Jitsu, Giumelândia… Sabe?! Ele inventa sempre. Em uma das últimas vezes que nos vimos, acho que foi em um show fechado no Villa JK, ele me viu do palco e o show estava lotado, daí ele soltou um “Gente, a Giu tá aqui! Como cê tá gata, hein?!” na frente de todo mundo. Eu estava com uma amiga, que também é famosa, e ela falou “Não acredito que você conhece ele!”. Foi engraçado porque várias pessoas viraram para mim falando “Nossa, você conhece o Luan e tem essa intimidade com ele!”. Foi realmente engraçado.

 

10. Giu, para encerrar, qual dica você daria para estudantes que desejam seguir o caminho da comunicação. Diariamente, percebemos que muitos fãs desejam isso e, para você, o que é imprescindível?

Primeiro de tudo: tem que querer muito! Essa é a principal coisa porque não é uma profissão fácil, além de ser bem desvalorizada em nosso país. Já foi muito mais, mas ainda vejo com muita desvalorização, principalmente por conta de toda essa propagação de fake news. Tivemos um governo que não acreditava muito na imprensa e, isso, inevitavelmente, deu uma caída no jornalismo. Se você tem vontade de seguir esse caminho, queira muito porque vai precisar ficar ligada 24h por dia, todos os dias da semana, tem final de semana que você trabalha, feriados, datas comemorativas… Então, geralmente, você trabalha quando as pessoas estão se divertindo, principalmente se for na área do entretenimento, que é a minha área. Tem que amar muito.

Além disso, tem que ser comunicativo. Se for uma pessoa tímida, não dá porque você precisa ter coragem de fazer algumas perguntas que, às vezes, são mais duras. Você tem que ter coragem de chegar no meio de uma conversa, pedir licença e perguntar se o famoso concede uma entrevista. Às vezes, a pessoa não vai querer falar e te dá um “toco”, mas você precisa ter jogo de cintura. Então, de verdade, tem que querer muito. 

Tem que gostar, ser comunicativo, tem que gostar de escrever também e escrever bem. Precisa estar muito ligado nas coisas atuais, na tecnologia, nas redes sociais, além de precisar ter bastante disponibilidade, ser proativo e conhecer muita gente, ter networking. Em resumo, é isso.

 

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Publicado por newsls